ID da obra: 32

Wonka!

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3 páginas, 1 capítulo
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Conheça o Wonka!

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      Algumas crianças nascem destinadas a se tornarem chocolateiros. E isso certamente poderia ser dito sobre Willy Wonka.       Mas ninguém jamais teria imaginado isso. Afinal, ele nunca comia chocolate. Na verdade, ele só comia uma barra de chocolate por ano.       Um dia, ele cresceria e viveria na maior e mais magnífica fábrica de chocolate do mundo, mas, na infância, Willy Wonka morava em um barco pequeno e comum. Era um velho barco estreito, com o leme pintado com listras coloridas e uma cabine acolhedora com cortinas costuradas à mão.       Dentro, havia apenas uma cama de solteiro com um cobertor de tricô macio (onde Willy dormia), uma poltrona (onde dormia sua mãe), um fogão e uma pequena cozinha cheia de armários quebrados e uma mesa de jantar roída por vermes. Os vermes comiam mais daquela mesa do que os Wonka comiam.       Tudo no começo dessa história era pequeno — um menino pequeno, pouca quantidade de chocolate, um barquinho e uma família minúscula que vivia nele. A família de Willy Wonka era quase tão pequena quanto uma família pode ser: havia apenas Willy e sua mãe, a Sra. Wonka.

***

Eles atracaram seu pequeno barco em um trecho tranquilo do rio e, como poucas pessoas da cidade se aventuravam por lá, muitas vezes tinham toda a margem exuberante do rio só para eles. Era um dos lugares favoritos de Willy. Havia grama alta para se deitar, salpicada de ranúnculos e rododendros florescendo em tons de rosa, lilás e vermelho. O que Willy mais gostava era de um imenso salgueiro, com galhos grossos que se curvavam sobre o barco antes de mergulhar no rio. Ele pensava na árvore como outro membro da família — um velho protetor ramificado de sua vida pequena, mas grandiosa. Claro, nem todos viam sua vida como grandiosa, mas Willy Wonka via. Ele conseguia enxergar o que outros não viam, pois tinha a imaginação mais maravilhosa. A imaginação de Willy um dia seria tão famosa quanto seu chocolate, mas antes de pertencer ao mundo, ela era pequena e nova, e pertencia apenas a ele. Sua mãe era quem encorajava seus devaneios, deixando sua imaginação vaguear para lugares nunca antes explorados. E então, havia o chocolate. Uma barra. Não era muito, mas era suficiente, porque era a melhor barra do mundo. A Sra. Wonka fazia o chocolate para seu aniversário, e à medida que esse dia especial se aproximava, Willy ficava cada vez mais animado, até sentir que poderia explodir de tanta ansiedade. E então o grande dia chegava. O ritual da fabricação do chocolate era sempre o mesmo: sua mãe despejava um saco de grãos de cacau na mesa e os contava cuidadosamente. Willy observava enquanto ela os pegava um a um, e sua boca começava a salivar. Levava um ano inteiro para ela economizar dinheiro suficiente para comprar grãos para uma única barra, e ele sabia que ela ficava tão animada fazendo o doce quanto ele ficava ao comê-lo. Quando a contagem terminava, ela jogava os grãos na panela e começava a esmagar, bater e mexer, enchendo o ambiente com vapor de chocolate. Era tão denso e delicioso que parecia que você era envolvido por uma nuvem deliciosa. Oh, como ele adorava vê-la mexer aquela mistura espessa e borbulhante, com aquele cheiro divino! Enquanto sua mãe trabalhava sua mágica, Willy respirava profundamente o cheiro rico e pesado e sabia que não haveria aventura no mundo que ele amasse mais do que observar sua mãe fazer chocolate. Em breve, uma deliciosa barra de chocolate o esperaria na mesa, e ele passaria o resto do dia andando por aí com bigodes de chocolate derretido e um sorriso enorme no rosto. Era assim todo ano, e era perfeito. — Sabe, mamãe — disse ele um dia, enquanto eles preparavam o chocolate juntos —, aposto que você faz o melhor chocolate do mundo. Eu provaria todos os chocolates que já existiram só para provar isso! — Sabe onde dizem que se encontra o melhor chocolate do mundo? — respondeu ela, olhando ao redor como se fosse revelar o maior segredo do universo. — Em Galaris Gourmet. Lá estão as lojas dos melhores fabricantes de chocolate. — O chocolate deles não pode ser melhor que o seu, mamãe! — exclamou o pequeno Willy Wonka. — É impossível! A Sra. Wonka sorriu. — Bem, estranhamente, eu tenho um segredinho que nem esses esnobes conhecem. — Vai me contar? — perguntou Willy com irresistível curiosidade, aproximando-se ainda mais. Ele queria saber o segredo mais do que qualquer outra coisa no mundo. — Um dia eu conto — disse ela. — Agora, enquanto o chocolate endurece, quer abrir seu presente? — Precisamos ir até lá! — exclamou ele de repente, pulando de alegria, fazendo sua mãe se assustar. — Para onde? — Para Galaris Gourmet! — disse ele entusiasmado. — Vamos abrir nossa própria loja! — Quem? Nós? — ela perguntou, surpresa. — Sim! Com nosso nome nas placas: WONKA! Todos no mundo iam querer o nosso chocolate. Imagine como poderíamos fazer as pessoas felizes! Ela limpou o pó de chocolate do avental e sorriu. — Oh, eu posso imaginar. Uma linda loja, mesas cheias de chocolate! Os olhos de Willy se arregalaram enquanto ele imaginava o lugar. — E as mesas seriam feitas de chocolate! A loja toda seria feita de chocolate! Sua mãe riu. — Que sonho maravilhoso, Willy. Ele abaixou a cabeça, meio desanimado. — E é só isso? Só... um sonho? — murmurou triste. — Ei, agora — disse ela, segurando gentilmente a mão do filho —, todas as coisas boas deste mundo começaram com um sonho. Então agarre o seu. E quando você dividir seu chocolate com o mundo, eu estarei ao seu lado. — Promete? — sussurrou ele, com medo de que, se falasse mais alto, ela pudesse mudar de ideia. — Promessa de dedinho — disse ela com um sorriso. — E essa é a promessa mais solene de todas. De repente, ela lhe entregou algo embrulhado em papel de jornal velho e surrado. Parecia que ninguém o usava há muito tempo, agora servindo de papel de presente. — Seu presente — disse ela, com um toque de emoção na voz. — Um mágico na cidade me vendeu por um bom preço. Willy sorriu, radiante, e começou a rasgar o embrulho, seus dedos trabalhando rapidamente para rasgar o papel. Dentro, encontrou... um fraque novo. Ele o vestiu, mas suas mãos mal chegavam até os cotovelos. — Você vai crescer até caber nele — disse sua mãe. — Um dia, vai crescer... e, oh, quantas aventuras viverá com ele! O fraque vinha com uma cartola preta alta. Ele a colocou lentamente na cabeça e ficou de pé. Como a cartola era muito grande, ela cobria seus olhos — parecia que ele estava se afogando nela. Sua mãe lhe entregou a barra de chocolate, pequena e ainda morna, e ele a segurou como se fosse o prêmio mais precioso do mundo. — Não se pode esquecer a parte mais gostosa — disse ela, piscando. Ele sorriu para ela e enfiou a barra no bolso. ELE ERA ELE. Willy Wonka, o grande mago do chocolate, em seu fraque cor de ameixa e seu lindo chapéu alto.
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