1. Fracasso é meu nome do meio
11 de abril de 2025 às 01:01
Na vida de Ramina Brick, tudo estava correndo conforme o planejado: mudança, nova escola, adaptação. Mas havia algo que ela definitivamente não previu — encontrar fantasmas. E menos ainda, que seu novo amigo, Danny Fenton, se tornaria um deles.
Os primeiros dias na Casper High não foram fáceis. Ramina rapidamente se juntou ao grupo de Danny, Sam e Tucker, observando a dinâmica entre eles. Às vezes, ela sentia como se fosse a irmã mais velha do grupo — um pouco mais sensata, pronta para encobrir as travessuras deles, mas também para repreendê-los por atitudes tolas.
Quando Danny acidentalmente ativou o portal fantasma e se transformou em meio humano, meio fantasma, Ramina foi cética quanto às suas habilidades. Aos seus olhos, aquilo era instável e perigoso. Mas, após o primeiro confronto com a Senhora do Lanche, sua opinião mudou. E, para o bem ou para o mal, por muito tempo. Agora, está na hora de vermos os personagens se revelarem de verdade.
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Logo, um conflito estourou na cantina da escola: Sam insistiu na mudança do cardápio, retirando a carne. Isso causou uma onda de descontentamento.
Tucker, Sam, Danny e Ramina, sentados à mesma mesa na cafeteria, olhavam para os sanduíches de terra e lama, que pareciam estranhos para todos, exceto para a gótica cujos princípios diferiam dos demais “perdedores” da escola.
— Sam, você não acha que isso é exagero? — perguntou Fenton, encarando seu almoço vegetariano, que nem podia ser chamado de almoço, onde sobre o pão havia apenas um punhado de lama com grama. Ao olhar para sua amiga, levantou a sobrancelha esquerda com um olhar confuso em seus olhos azuis.
— O que você fez?! — exclamou indignado Tucker, grande fã de carne, sem entender a decisão da amiga.
— Tucker, é tempo de mudanças e transformações — respondeu Manson com um tom calmo na voz, enquanto em seus olhos brilhava satisfação pelo objetivo alcançado junto ao conselho escolar.
Passando por ali, o professor Sr. Lancer elogiou Sam por ter proposto a Semana Vegetariana na cafeteria. Ramina, observando a situação, olhou para a amiga com seus olhos castanhos e respondeu:
— Sam, sua ideia é boa, mas o corpo precisa de proteínas, gorduras e carboidratos. Essa lama não vai ajudar em nada — declarou Srta. Brick, afastando delicadamente o prato com os "nuggets" veganos.
Enquanto tentavam “aproveitar” aquilo, Danny percebeu o fantasma Senhora do Lanche passando em direção à cozinha, e logo uma névoa espectral saiu de sua boca.
— Gente, temos um problema. Ai! — mal teve tempo de alertar os amigos, quando um punhado de terra voou em sua nuca, seguido por um tom rude e familiar ao garoto-fantasma.
— Fenton!
— Agora é a segunda vez — disse ele ao se virar e ver um loiro de olhos azuis e corpo atlético, com um péssimo temperamento. Era Dash Baxter, o valentão principal da Casper High.
— Eu pedi três rosquinhas! Sabe o que me deram?! Três rosquinhas de lama! Lama! Por causa da tua namoradinha! — falou apontando para Sam.
— Ela não é minha namorada! — defendeu-se Fenton. Sam logo confirmou:
— Eu não sou a namorada dele!
Mas Dash Baxter encontrou uma nova vítima. Não se limitava mais a zombar de Danny — agora o ameaçava fisicamente, debochando dele.
— Tira suas mãos sujas de cima dele! — Ramina se levantou abruptamente, seus olhos castanhos brilhando de raiva. — Cuida da sua boca, criatura unicelular degenerada! Aceita os fatos ao invés de jogar lama, seu idiota de merda!
Ninguém esperava isso da aluna estrangeira recém-transferida para Casper High — especialmente palavrões direcionados ao garoto mais popular. Que ousadia!
Num piscar de olhos, a cafeteria virou um campo de batalha. Dash não esperava que Ramina, baixa e delicada, reagisse com uma briga. Mas ela não estava disposta a tolerar. Usando o que tinha por perto, bateu nele com bandejas, deu rasteiras habilidosas e finalizou com uma cabeçada no nariz.
— Caralho, Brick! — gritou Dash, segurando o rosto.
Enquanto isso, Danny, Tucker e Sam aproveitaram a confusão para fugir e enfrentar a Senhora do Lanche. (Tudo isso está mais detalhado na 1ª temporada, episódio 1; aqui é um resumo, pois o fanfic tem outro foco.)
Quando a briga terminou, o trio foi parar na sala do Sr. Lancer. O homem os olhou severamente, claramente irritado.
— Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?
Ramina suspirou, levantando-se da cadeira.
— Eu comecei a guerra de lama, Sr. Lancer. Fiquei insatisfeita com a mudança do cardápio. Pode me expulsar por isso.
O silêncio reinou na sala após suas palavras.
Danny piscou, tentando entender. Virou a cabeça para a amiga, olhos arregalados.
— O-quê? — murmurou, sem acreditar no que ouviu.
Tucker ficou paralisado, boca entreaberta, os óculos escorregando no nariz. Olhou em volta, como se quisesse confirmar que ainda estava são.
— Espera aí... Você tá falando sério? — exalou ele, encarando-a.
Dash, que antes cruzava os braços com ar de satisfação, franziu a testa. Sabia que Ramina era teimosa, mas não esperava esse movimento.
— Mas que... — resmungou ele, estreitando os olhos.
Lancer ergueu uma sobrancelha, anotou algo no caderno e pigarreou.
— Então, Srta. Brick, você afirma que iniciou a briga como forma de protesto?
Ramina assentiu, sem desviar o olhar.
Danny cerrou os punhos.
— Mas… Ramina… — começou ele, mas logo desistiu, percebendo que discutir seria inútil.
Tucker balançou a cabeça, com uma expressão entre fascínio e confusão.
— Essa foi a coisa mais insana que você já fez… mas estou impressionado — murmurou tão baixo que só Danny ouviu.
Dash olhou novamente para Ramina, mas sem zombaria. Havia algo diferente no olhar — uma curiosidade misturada com respeito. Contudo, ele desviou rapidamente, sorrindo com desdém.
— Tudo bem… Legal você assumir a culpa, mas sabe que isso foi burrice, né? — zombou ele, sem resistir à ironia.
Ramina apenas deu de ombros. Em seus olhos, havia frieza e pensamentos não ditos que ela se recusava a expressar. Não naquele momento. Seria impróprio.
Danny lançou um último olhar confuso a ela. Não entendia por que ela fizera aquilo, mas sabia que discutir não ajudaria. Restava apenas confiar que ela tinha um plano.
Lancer colocou a caneta de lado e suspirou.
— Certo. A punição é: limpeza da cantina. E nem pensem em fugir.
Danny e Tucker se entreolharam. Mal podiam acreditar que tinham escapado daquela graças a ela.
Dash, ao sair, lançou um olhar breve para Ramina e murmurou:
— Você é estranha, Brick… mas talvez não tão chata assim.
Ramina fingiu não ouvir. Mordeu os próprios lábios, recusando-se a processar as palavras dele na mente.
Assim que ele e Dash saíram para buscar esfregões, Danny aproveitou sua habilidade e os quatro desapareceram discretamente, indo salvar Sam, que estava em apuros.
Depois de tudo, Ramina voltou para casa — mas antes, encontrou Dash perto do armário dele. Ele ainda estava irritado, mas ao vê-la, franziu a testa.
— O que você quer?
Ramina suspirou, cruzando os braços.
— Desculpa por ter te machucado. Sei que não tem desculpa pro que fiz, mas... eu errei. Peço desculpas pela minha impulsividade. Embora você continue sendo um idiota com menos cérebro que um avestruz.
Danny, Tucker e Sam, ao ouvir isso, congelaram...